quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Reposta a pergunta. Assunto: Descartes

Olá a todos!

Uma pergunta foi enviada por um leitor anônimo: "Poderia me dar uma dica de como elaborar uma pergunta que relacione a teoria/ideias de Descartes com situações e/ou casos do cotidiano?"

Agradeço a essa pergunta que me reacendeu o desejo de escrever no blog.

Busquei alguns exemplos de algumas das principais ideias de Descartes. Vamos percorrer uma parte do caminho feito por Descartes até chegar a sua famosa frase "penso, logo existo". Lembrando que seu objetivo é encontrar uma premissa, uma base confiável para construir o conhecimento. Durante esse percurso tentarei colocar alguns exemplos que espero que o ajudem a formular suas perguntas ou aulas.

  • 1º Passo (Dúvida sobre o conhecimento dos sentidos): Ele questiona a validade do conhecimento obtido através dos sentidos ao notar que muitas algumas vezes nossos sentidos nos enganam. Ex: ao ver uma colher mergulhada num copo de água ou numa imagem que parece se mover (ilusão de ótica);
 Nesse caso, o conhecimento obtido através dos sentidos não é nossa base confiável para a construção do pensamento verdadeiro.
  • 2º Passo (Sonho ou vigília): Por as vezes ter sonhos que parecem muito reais, ele questiona "será que não estou sonhando agora mesmo?". Nesse caso seria difícil provar a existência dos outros corpos e indivíduos ao meu redor. Ex: No filme Matrix a realidade é apenas uma ilusão, um sonho que eles não conseguem diferenciar da realidade.
  • 3º Passo (Verdades matemáticas): Descartes chega a questionar as verdades matemáticas. Seria possível que um gênio maligno colocasse em nossas cabeças a ideia de que 2+2=5 e etc. Ex: as vezes eu acabo de travar o carro mas me esqueço completamente e tenho que verificar; ou tenho certeza que uma palavra se escreve de uma forma mas estou enganado.
  • Mas, após todo esse processo, Descartes observa que não pode questionar o fato de que pensava, questionava. Mesmo que toda a realidade sensível seja uma ilusão, que eu esteja sonhando ou seja enganado sobre as verdades matemáticas, ainda assim eu estou pensando. Portanto, o pensamento, a razão humana é a premissa inquestionável da onde devemos construir o conhecimento e a dúvida é a parte mais importante do método.
Espero que tenha ajudado, qualquer coisa enviem sugestões/dúvidas.
Abraço!

Bibliografia: Bryan Magee. História da Filosofia. Editora Loyola.
Descartes. Discurso do Método. L&PM.


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